16.8.09

Sem corpo


Sem Corpo Nenhum

Sem corpo nenhum,
como te hei de amar?
— Minha alma, minha alma,
tu mesma escolheste
esse doce mal!

Sem palavra alguma,
como o hei de saber?
— Minha alma, minha alma,
tu mesma desejas
o que não se vê!

Nenhuma esperança
me dás, nem te dou:
— Minha alma, minha alma,
eis toda a conquista
do mais longo amor!

Cecília Meireles, in 'Poemas (1942-1959)'

2 comentários:

Menina do Rio disse...

Mais um poema perfeito de Cecilia que leio hoje. Obrigada pela partilha.

Fica com um beijo deste lado do mar

Anónimo disse...

tenho uma sereia dessas na casa da minha mae, veio da dinamarca, foi o meu pai que a trouxe...

linda mas isolada, não é?

boa escolha do poema,

beijinhos