8.3.09

Mulher




Poema Melancólico a não sei que Mulher

Dei-te os dias, as horas e os minutos
Destes anos de vida que passaram;
Nos meus versos ficaram
Imagens que são máscaras anónimas
Do teu rosto proibido;
A fome insatisfeita que senti
Era de ti,
Fome do instinto que não foi ouvido.

Agora retrocedo, leio os versos,
Conto as desilusões no rol do coração,
Recordo o pesadelo dos desejos,
Olho o deserto humano desolado,
E pergunto porquê, por que razão
Nas dunas do teu peito o vento passa
Sem tropeçar na graça
Do mais leve sinal da minha mão...

Miguel Torga, in 'Diário VII'

2 comentários:

bsh disse...

Que neste Dia Mundial da Poesia os seus versos floresçam e brotem para o mundo com uma mensagem de esperança e felicidade.

http://desabafos-solitarios.blogspot.com/

Unknown disse...

Obrigada pela visita.
Os versos não são meus de autoria mas são meus por escolha e prazer em os divulgar.
Um abraço